Com o estudo do discurso midiático em relação ao indivíduo usuário de drogas, investigou-se o papel da mídia na disseminação das práticas discursivas atribuídas a esse público. Para isso, procurou-se, inicialmente, compreender o processo histórico das drogas na humanidade, o mecanismo de criminalização e a linguagem jornalística sobre a temática da drogadição. Entende-se que existe um discurso de “guerra às drogas”, vinculado pelo Estado e pela indústria cultural, que rotula o usuário de substâncias psicoativas depreciativamente. Com isso, o discurso midiático muitas vezes se volta para fins concretos de venda, tornando-se um instrumento de dominação, em que o foco é a mercantilização da cultura. Contudo, a hipótese apontada neste estudo é a de que os modos de representação dos discursos midiáticos perpassam pelo preconceito e pela estigmatização, colocando os usuários de drogas em uma realidade fragmentada e atrás dos muros da sociedade. Esta pesquisa é de cunho bibliográfico e documental e consiste em uma avaliação qualitativa, tendo sido realizada de 2010 a julho de 2016, em dois jornais de grande circulação no estado de Goiás – O Popular e Diário da Manhã –, à procura de identificar as marcas que sobrepujam os indivíduos usuários de drogas.
jornalística com relação ao usuário de drogas e como isso pode influenciar na sua constituição como indivíduo e na forma como a
sociedade e a cultura o veem. Buscou-se investigar, no primeiro capítulo, o percurso histórico das drogas e a Política Nacional de
Drogas; o segundo capítulo perpassa por uma discussão sobre os fundamentos da indústria cultural e como a mídia compreende os
indivíduos usuários de drogas; o terceiro capítulo discute os dados coletados nos jornais O popular e Diário da Manhã; e, à guisa da
conclusão, mostrar-se-á que a sociedade ainda compreende e vê o usuário com as marcas da estigmatização e do preconceito. Em suma, espera-se que este estudo descortine subsídios de um olhar para além de um ser nefasto e estigmatizado no imaginário social, na tentativa de propiciar uma ação preventiva e desenvolver um registro ético com esses indivíduos usuários de drogas, sem deturpá-los ou reduzi-los.
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